A prioridade do púlpito

Calvino acreditava que a pregação bíblica deve ocupar o lugar proeminente no culto de adoração. O que Deus tem a dizer ao homem é infinitamente mais importante do que as coisas que o homem tem a dizer para Deus. A fim de que a congregação adore apropriadamente, os crentes sejam edificados e os perdidos sejam convertidos, a Palavra de Deus deve ser explicada. Nada deve tirar as Escrituras do lugar mais importante no ajuntamento público.

A primazia da pregação bíblica na opinião de Calvino era inegável: “Certamente existe uma igreja de Deus onde vemos sua Palavra ser pregada e ouvida com exatidão, e onde vemos os sacramentos serem administrados de acordo com o que Cristo estabeleceu”. Por outro lado, “uma assembleia na qual não se ouve a pregação da doutrina sagrada não merece ser reconhecida como igreja”. Em suma, Calvino defendia que a exposição da Bíblia deveria ocupar o primeiro lugar no culto de adoração, o que significa que pregar é o papel principal do ministro.

Entretanto, nem todos os tipos de pregação convêm. Calvino escreveu: “A verdade de Deus é mantida pela pregação autêntica do evangelho”. E acrescentou: “A igreja de Deus será educada pela pregação autêntica de sua Palavra e não pelas invenções dos homens [as quais são madeira, feno e palha]”. Ele sabia que quando a pregação sensata desaparece da igreja, a doutrina e a piedade também se apartam dela: “A piedade enfraquece rapidamente quando a vivificante pregação da doutrina cessa”. Simplificando, Calvino cria que a igreja só pode ser edificada por meio “da pregação do evangelho, o qual está repleto de um tipo de majestade sólida”. A pregação bíblica é ao mesmo tempo tão necessária e tão nobre. Ele declarou: “O alvo de um bom professor é fazer com que os homens tirem os olhos do mundo a fim de que olhem para o céu”. Esta é a pregação verdadeira!

– Steven Lawson, A arte expositiva de João Calvino (Adaptado)