O VERDADEIRO DISCSÍPULO CARREGA A SUA CRUZ: A IMPORTÂNCIA DA AUTONEGAÇÃO A FAVOR DO REINO

MARCOS 8.34-9.1

Uma das maiores prioridades do ministério de Cristo foi o discipulado. Ele foi o Mestre que chamou os seus discípulos (Mc 1.16,20; 2.13; 3.13-19), ele os treinou e os habilitou para que fossem por todo o mundo fazendo discípulos de todas as nações (Mt 28.18-20). Nesse processo, a intenção de Jesus era formar pessoas mais parecidas consigo. De fato, essa é a ideia do discipulado, nos tornar cada vez mais parecidos com o Salvador (Mt 10.25; 1Co 11.1; Rm 8.29; Ef 4.11-1; 2Co 3.18). Com isso, o Senhor nos ensinou verdades que nos guiarão. Em Marcos 8.34-9.1, ele nos ensina o caminho do discipulado.

Ele mostra que o caminho do discipulado é marcado por autonegação (v.34b). Nos negar é colocar a vontade de Deus acima da nossa, é priorizar os planos de Deus revelados na Escritura. Dentro dessa perspectiva, precisamos pedir sabedoria a Deus para entendermos que os planos dele são maiores que os nossos (Is 55.8-9), e que os nossos precisam ser construídos e desenvolvidos debaixo da orientação e para a glória dEle (Pv 16.1; 1Co 10.31; Rm 11.33-36). Podemos dizer, desta forma, que o caminho da autonegação é o caminho da obediência e amor, e isso deve transbordar a vida do discípulo.

Podemos ver também, que o caminho do discipulado é de sofrimento e morte. No processo do discipulado, os cristãos precisam estar dispostos a sofrer e a morrer pela causa de Cristo (v.34b,35). Os sofrimentos aqui referidos são aqueles em consequência da nossa fidelidade a Cristo. No entanto, eles não se comparam com a glória que será revelada em nós (Rm 8.18). Portanto, quem morre por Cristo viverá na glória eterna, mas quem vive nesse mundo sem Cristo morrerá e sofrerá por toda eternidade (v.35-37).

E por último, vemos que o caminho do discipulado é marcado por fidelidade (v.38-9.1). Essa ideia está profundamente ligada às anteriores. O discípulo tem que negar-se e se manter fiel a Cristo. Nesse caminho de fidelidade, ele pode perder a vida; mas em todo caso é muito melhor servir a Deus do que aos homens (At 5.29), é imprescindível que sejamos fiéis até a morte na certeza de que receberemos a coroa da vida (Ap 2.10). Ser fiel no nosso comportamento, anunciando e vivendo o evangelho de Cristo.

Essas verdades são muito importantes para nós. Precisamos tê-las bem fixadas em nosso coração praticando-as em todo o tempo sob o poder capacitador do Espírito Santo de Deus. Vivamos para Deus em Cristo, priorizando-o o tempo inteiro e testemunhando o seu evangelho com fidelidade sem nunca nos envergonhar, mesmo que isso cause sofrimento e morte. Pois certos estamos de que ele não nos rejeitará e nos conduzirá para os novos céus e a nova terra (Ap 21.1-4).

 Rev. Júnior Gomes de Jesus

O VERDADEIRO DISCÍPULO FAZ DISCÍPULOS: A OBEDIÊNCIA À GRANDE COMISSÃO

Mateus 28.18-20

18Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.

Mateus destaca as últimas palavras de Jesus antes da sua ascensão (Mt 28.18-20). Elas são importantes para entendermos a preocupação de Jesus quanto às missões.

O evangelista narra que Jesus apareceu ressuscitado aos onze discípulos e alguns duvidaram de Jesus (cf. Mateus 28.16). No texto paralelo de Marcos Jesus aproveita a oportunidade para censurá-los por causa da dureza de coração e da incredulidade (cf. Marcos 16.14). Esses problemas são perigosos na vida do discípulo que foi chamado para fazer discípulos.

Além disso, o evangelista narra as palavras de Jesus acerca da sua autoridade soberana, nos céus e na terra e com base nessa autoridade ele comissiona os discípulos para participar da missão de Deus. Christopher Wright, estudioso em Antigo Testamento e missões, diz que missão é: “Nossa participação comprometida como povo de Deus, a convite e ordem de Deus, na própria missão de Deus dentro da história do mundo para a redenção da criação de Deus”. Como cristãos, temos um grande privilégio e uma enorme responsabilidade, que é participar da missão do próprio Deus.

Nós fomos chamados por Deus, em primeiro lugar para sermos discípulos de Jesus; e, em segundo lugar, para proclamar a mensagem do evangelho, a boa notícia de que Cristo Jesus, o Filho de Deus, veio a esse mundo, assumiu a nossa natureza, sofreu, morreu, mas ressuscitou e agora está à destra do Pai nas alturas. Essa mensagem precisa ser pregada para que as pessoas creiam. Existe duas reações à pregação do evangelho: A fé e a incredulidade. Quem crer na pregação do evangelho desfrutará da salvação eterna, mas quem não crer sofrerá a condenação em toda a sua contínua e miserável existência no inferno. Mas não precisamos temer anunciar o evangelho, pois essa missão foi dada por Jesus, aquele que tem toda autoridade, tanto no céu quanto na terra e ele mesmo estará conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mateus 28.18,20).

Diante dessas verdades, podemos tirar algumas lições:

  1. Creia na ressurreição. Não permita que essa verdade seja apenas uma questão teórica, mas esteja certo de que Jesus ressuscitou ao terceiro dia, e somente com base nisso podemos ter esperança de que nós também ressuscitaremos (1Co 6.14; 15.20);
  2. Pregue o evangelho da salvação. As pessoas só crerão se a palavra for pregada, e você é um instrumento de Deus nessa função (Rm 10.17). Deus te chamou para ser uma testemunha de Cristo onde quer que você esteja;
  3. Seja comprometido. Lembre-se que você foi convidado e ordenado por Deus para fazer parte de sua missão (Mt 28.18; Mc16.15; At 1.8). Você é privilegiado e responsável, portanto, seja obediente ao chamado;
  4. Por último, lembre-se que o seu papel é comunicar o evangelho com precisão, mas quem levará as pessoas a crerem é o Espírito Santo de Deus (Jo 16.8; At 16.14). O apóstolo Paulo resume bem essa verdade quando diz acerca do seu trabalho de evangelização entre os coríntios: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus” (1Co 3.6).

Rev. Júnior Gomes de Jesus

O Verdadeiro discípulo permanece na palavra: a importância do estudo e pratica da palavra.

João 15.7-8.

7 Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. 8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.

Discípulos, discipular, discipulado, fazer discípulos. Essas palavras são tão consolidadas nas conversas sobre o ministério e a vida da igreja que raramente paramos para considerar o que realmente queremos dizer com elas[1]. O que vem em sua mente quando você ouve a palavra “discipulado”. Provavelmente você pensa naqueles programas de pequenos grupos em que algum irmão mais maduro estará ensinado algo concernente a palavra de Deus, talvez você pense, em algo mais formal como um curso de preparação, que terá um tempo e que exigirá de você determinadas respostas para determinados contextos. E após concluir esse processo você estará apto e habilitado para treinar outros cristãos. [2]De um modo geral, a maioria das pessoas presume que o discipulado é um tipo de coisa pessoal, relacional e íntima; algo que acontece em nossas vidas privadas ou em pequenos grupos, {…} A maioria geralmente compara “ser discípulo” com “seguir a Jesus”.

Biblicamente falando a palavra discípulo é utilizada de duas formas por Jesus. Primeiro como ato de aprender de Cristo (João 13.13-17) segundo, como o ato de ensinar outros a seguirem a Jesus (Mateus 28.17-20).

Portanto, se você é um discípulo de Jesus deve “Aprender” — submeter-se ao seu ensinamento, andar em seus caminhos — significará deixar para trás todas as suas lealdades e compromissos atuais. Significará caminhar com ele a estrada para Jerusalém e enfrentar a cruz que está esperando lá. Como Jesus deixa bem claro, salvar nossa vida antiga não é uma opção; é apenas perdendo nossa vida que a salvaremos[3]. “Ensinar” – é uma chamada ao discipulado, é uma confissão da nossa lealdade a Jesus diante de um mundo hostil, a servirmos a Jesus e á sua missão, não importando o custo.  A chamada ao discipulado é a mesma para todos. Não há duas classes de discípulo: aqueles que dedicam sua vida ao serviço de Cristo e aqueles que não dedicam.

Nesse sentido, o discípulo amado, no capitulo 15 de seu evangelho tem muito a nos ensinar sobre a temática que estamos considerando.

Segundo Charles Swindoll diz que, no capítulo 15 de João, Jesus destaca três relacionamentos vitais do cristão: Primeiro, 15.1-11; o relacionamento do crente com Cristo. O temo chave é “permanecer” é a ênfase está na união. Segundo, 15.12-17; o relacionamento do crente com os demais crentes. O termo chave é “amor”, com a ênfase na comunhão. Terceiro, 15.18-27; o relacionamento do crente com mundo. O termo chave é “odiar” a ênfase é a perseguição.[4]

Pensando a luz do texto bíblico e considerando o exposto acima, desejo destacar 2 grandes lições sobre o discipulado.

  1. O discipulado está intrinsicamente relacionado com nossa união em Cristo.

Jesus inicia o capítulo 15, contanto uma metáfora da videira mostrando que o verdadeiro discípulo está profundamente ligado a Ele. Jesus aponta que o sucesso do discipulado só será possível a medida em que estamos em Cristo. Na linguagem joanina o ramo é incapaz de produzir por si próprio. [5] {…} permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim Jo 15.4.

Se você não estiver ligado a Cristo será um ramo frágil, infrutífero e imprestável, servindo apenas para ser queimado. E nossa união com Cristo que nos permite dar fruto.

  1. O discipulado acontece quando se apropriamos dos meios de graça: Palavra e Oração

Considere como o discípulo amado registra as palavras de Jesus {..}Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós. v.7. O verdadeiro discípulo está ligado a Cristo, e tem sua vida lavada pela Palavra Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. v.3. O verdadeiro discipulado acontece a medida em que, somos conduzidas as águas vivas que jorra para santidade. Quanto mais lavados por essa santa palavra mais somos guiados para Cristo. Após falar da palavra Jesus, chama atenção para outro meio de graça importantíssimo no processo de discipulado “Oração”. {..} pedireis o que quiserdes, e vos será feito v. 7. É por meio da oração que o crente pode frutificar diante de Deus. Caro Irmão, você tem considerado a magnitude dessas palavras? De fato, o verdadeiro discipulado pode ser visto em sua vida? O discípulo amado no versículo 8 disse que Deus é glorificado na medida em que damos fruto. Você foi CHAMADO não apenas para aprender de Jesus e participar de uma igreja, mas, foi chamado e dotado com dons para conduzir a outro no caminho de Cristo.

Se afirmamos ser cristãosdevemos ser como Cristo – John Stott

Que Deus em Cristo de guarde e sustente nessa sublime missão.

 

[1] Marshall, Colin; Paine, Tony. Projeto videira: Cultivando uma cultura de discipulado (p. 63). Edição do Kindle.

[2] Marshall, Colin; Paine, Tony. Projeto videira: Cultivando uma cultura de discipulado (p. 64). Edição do Kindle.

[3] Mateus 16. 25. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/16/25

[4] Hernandes Dias Lopes. Comentário Expositivo de João, p. 386. Ed. Hagnos 2015

[5] Jo 15.4. https://www.bible.com/pt/bible/1608/JHN.15.ARA

 

O VERDADEIRO DISCÍPULO AMA: IMITANDO JESUS NA TAREFA DE AMAR

Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros. João 13.35

O Senhor Jesus nos deixou muitos ensinos, entre os quais, boa parte trata do discipulado. Um deles se encontra no Evangelho de João 13.35. Aproximando a sua crucificação, depois de ter dado uma lição de humildade para os discípulos (Jo 13.1-17), depois de Judas ter saído da ceia para lhe trair (Jo 13.21-30), Jesus ensina aos seus discípulos acerca de um tema tão importante: O amor ao outro.

Jesus mostra que o amor é uma das marcas do verdadeiro discípulo: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: Se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:34-35). Esse ensinamento é de grande importância para todos nós. Pois Jesus nos mostra uma forma de reconhecer se somos discípulos dele. E reconhecemos isso quando amamos aos outros.

O amor que devemos ter pelos outros não é apenas um sentimento, mas deve ser sem medidas e sacrificial assim como Jesus: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34). E como ele nos amou?

Em primeiro lugar Jesus nos ama com um amor imensurável. Ao falar sobre a nossa união com ele usando a figura da figueira e os ramos ele mostra a forma que ele nos amou: “Como o Pai me amou, também eu vos amei…” (Jo 15.9a). E como foi o amor de Deus por Cristo? Foi e é um amor imensurável, não conseguimos medir, é dessa forma que Cristo nos ama e é assim que devemos amar aos outros: com amor sem medidas.

Em segundo lugar Jesus nos ama com amor sacrificial. Ele demonstra isso morrendo em nosso favor: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.13). Esse é o amor que o discípulo deve ter: se sacrificar por alguém, sacrificar os seus interesses pelos interesses do outro. Um amor que não é apenas de boca e de palavra, mas de fato e de verdade (1Jo 3.18).

Seja um discípulo e ame o seu próximo fazendo dele um discípulo. Cuide verdadeiramente, seja instrumento de amor, consolo, conforto, paz, alegria e transformação nas mãos do redentor e na vida daqueles a quem ele escolheu. Ame, pois assim conhecereis que sois verdadeiros discípulos de Cristo. Pois o verdadeiro discípulo ama.

Rev. Júnior Gomes de Jesus

Faça sua luz brilhar!

“Vocês são a luz do mundo. É impossível esconder uma cidade construída no alto de um monte. Não faz sentido acender uma lâmpada e depois coloca-la sob um cesto. Pelo contrário, ela é colocada num pedestal, de onde ilumina todos que estão na casa”. (Mateus 5.14-15 – NVT)

Em nossos dias, a falta da luz é uma situação extremamente incômoda. Na verdade, para alguns é quase uma tragédia! Dependemos muito da energia elétrica o tempo todo: em casa, no trabalho, nos estudos, para a comunicação, no transporte e até mesmo para o entretenimento. A luz é necessária e indispensável!

Jesus disse que seus discípulos são a luz do mundo, ou seja, a única luz que o mundo possui. Isso significa que são indispensáveis em um mundo que está em trevas. Como luz do mundo, todo crente deve brilhar e tão visível quanto uma cidade construída sobre o monte ou como uma lâmpada posta em um pedestal. Contudo, o cristão deve sempre se lembrar que não é iluminado por si só, que não tem luz própria, sendo apenas um refletor que só poderá brilhar à medida que se parecer e estiver junto à verdadeira luz do mundo: o Senhor Jesus.

Você tem sido luz nesse mundo? Quanto você tem se parecido com Cristo, em seu caráter, nas suas palavras e nas suas obras? Se você é cristão, não se esconda e nem seja omisso, não deixe de refletir a luz de Cristo em tempo algum! O mundo precisa ser iluminado para que as pessoas conheçam e sigam ao Senhor Jesus, para que deixem de andar nas trevas e tenham a luz da vida (Jo 8.12). Quando brilharmos assim, Deus será glorificado em nós e por meio de nós. Faça sua luz brilhar!

Rev. Timóteo Klein Cardoso