Misericórdia é ação!

“Felizes os misericordiosos, pois serão tratados com misericórdia”. (Mateus 5:7 – NVT)

“Tenha misericórdia”! Você já ouviu ou usou essa expressão? Misericórdia é uma palavra conhecida, usada com frequência para expressar dó ou pena de alguém. É possível que a misericórdia seja confundida com um sentimento de pesar pela situação em que outra pessoa se encontra, em circunstâncias que até dá aquele aperto no coração! É claro que misericórdia envolve um sentimento em relação ao outro. Contudo, não é somente isso.

Em certa ocasião o Senhor Jesus contou a conhecida parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37). Nessa parábola vemos a falta de atitude do sacerdote e do levita para com o necessitado. Ambos foram indiferentes em relação às necessidades dele. Eles foram egoístas, individualistas e não tiveram compaixão. Não é verdade que a indiferença é uma característica muito presente hoje em dia?

Por outro lado, o samaritano demonstrou ser misericordioso. Como? Não permaneceu indiferente, mas fez alguma coisa! Misericórdia não é apenas emoção, mas também ação em relação ao necessitado. É bom lembrar que necessitado não é somente quem vive em miséria material, embora também possa ser. Existem muitos tipos de necessitados, mas principalmente os pobres de espírito, que reconhecem que precisam de Deus e de salvação. Que não sejamos indiferentes, mas sim misericordiosos, não deixando de falar do evangelho a quem ainda não conhece, para que sejam supridos com o que mais precisam!

Rev. Timóteo Klein Cardoso

Fome e sede de justiça

“Felizes os que tem fome e sede de justiça, pois serão saciados”. (Mateus 5.6 – NVT)

Se você fizer uma pesquisa sobre o que as pessoas mais gostam de fazer, é muito provável que uma das respostas tenha a ver com comer e beber! Sem dúvida, saborear uma boa refeição proporciona grande satisfação e momentos de alegria. Contudo, de acordo com Jesus, a verdadeira felicidade está em se ter fome e sede! É praticamente impossível que fome e sede aparecessem na resposta à pesquisa.

Mas o que Jesus quis dizer com ter fome e sede? Quando alguém sente fome e sede, isso torna-se uma prioridade urgente, que faz com que a pessoa busque intensamente saciar. Em outras palavras, ter fome e sede diz respeito ao que mais se deseja, ao que é a maior prioridade da vida.

Responda no seu coração: o que você tem desejado e priorizado na sua vida? Uma maneira de responder essa pergunta é lembrar no que você mais tem gastado tempo e esforço: planejamento familiar, formação acadêmica, crescimento profissional, posição social ou diversão? É natural e lícito buscar satisfação nessas áreas, mas o fato é que nenhuma dessas coisas podem te satisfazer plenamente, pois são muitas vezes motivo de frustração. Por outro lado, Jesus disse que feliz é quem tem fome e sede de justiça, pois será saciado!

Você tem fome e sede de justiça ou de outras coisas? Ter fome e sede de justiça é desejar a Deus intensamente (Sl 42; 63). Quem conhece a Deus verdadeiramente não priorizará a satisfação pessoal e passará a desejar intensamente agradar ao Deus Criador e Salvador. Somente quem deseja e prioriza a Deus será verdadeiramente feliz… pois plena satisfação só é possível ser encontrada em Deus!

Rev. Timóteo Klein Cardoso

Mansidão e herança

“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”. (Mateus 5:5)

Uma das características necessárias para a verdadeira felicidade cristã é a mansidão. Você conhece alguém manso? Talvez você se lembre de algum conhecido extremamente passivo, que dificilmente cause problemas de tão “bonzinho”, um verdadeiro “jumentinho de presépio”! Porém, a mansidão nada tem a ver com o temperamento pessoal, diz respeito ao caráter.

Mas o que significa ser manso? Essa palavra é usada com mais frequência em relação a animais que são calmos, não hostis ou violentos. É interessante que mesmo animais que são naturalmente agressivos, podem ser considerados mansos, como um pit bull. Isso é possível porque animais passam por um treinamento que os transforma, de modo que consigam controlar seus instintos mais destrutivos.

No sentido que Jesus ensinou, manso é aquele que, sendo transformado por Deus, não trata os outros agressivamente, mas de maneira gentil, bondosa e pacífica. Na prática, mansidão é deixar de revidar e de se vingar, mesmo quando sofremos injustiças, provocações ou maltrato de outros.

A história de José nos mostra um exemplo de mansidão (Gn 45; Gn 50). Ele não se vingou porque confiou no Deus que conduzia sua vida e a História, independentemente das circunstâncias que o acometeram. José entendeu que Deus havia transformado o mal que fizeram em bem. Contudo, certamente Jesus é o exemplo perfeito de mansidão, pois mesmo sendo humilhado não abriu a boca, submetendo-se humildemente à vontade de Deus (1Pe 2.21-23).

Não é fácil agir com mansidão! Todavia, quem é manso não agirá de outro modo, pois é uma questão de caráter e não um aspecto do comportamento. Embora seja difícil muitas vezes agir assim, é recompensador e motivo de esperança: somente os mansos herdarão as bênçãos prometidas por Deus na sua Palavra.

Rev. Timóteo Klein Cardoso

O choro que traz felicidade

“Felizes os que choram, pois serão consolados”. (Mateus 5:4 – NVT)

Em uma busca incessante pela felicidade, ninguém deseja ter motivos para chorar, e sim razões para rir e se divertir. Talvez um dos sinais mais claros disso seja a grande variedade de opções de entretenimento que existem: filmes, seriados, jogos, esportes, viagens, etc. Parece que para alguém ser feliz é necessário ter um sorriso no rosto por meio daquilo que de melhor a vida possa proporcionar!

Jesus não disse que os felizes são aqueles que encontram motivos para sorrir. Pelo contrário, ele ensinou que os que choram é que verdadeiramente são felizes. Que tipo de felicidade é essa, que provoca choro? Alguns podem pensar no choro de alegria, mas se fosse assim não seria necessário consolo!

Na verdade, fica claro que é um choro decorrente de uma profunda tristeza. Que tristeza seria essa, indispensável para a verdadeira felicidade? É a tristeza segundo a vontade de Deus que conduz alguém ao genuíno arrependimento para a salvação (2Co 7:10). O que isso quer dizer?

Quando entendemos o que a Bíblia diz, certamente seremos entristecidos muitas vezes, ao percebermos que somos pecadores e pecamos frequentemente: deixamos de fazer o que deveríamos, ou fazemos aquilo que não deveríamos ter feito. Mas essa tristeza é motivo de alegria, não pelo sofrimento que produz, mas pelo que proporciona: arrependimento e mudança de atitude! Felizes são os que choram pelos seus pecados, pois esse é o caminho da salvação e do consolo que vem de Deus!

Rev. Timóteo Klein Cardoso

Sou pobre, por isso sou feliz!

“Felizes os pobres de espírito, pois o reino dos céus lhes pertence”. (Mateus 5.3 – NVT)

Há quem diga a seguinte expressão: “sou pobre, mas sou feliz”. Pode parecer uma maneira de se conformar com uma realidade que não seja a ideal, procurando algo positivo: o importante é ser feliz, ou ter saúde. Mas quem diria “sou pobre, por isso sou feliz”? Pode a pobreza ser motivo de alegria?

Nessa passagem Jesus demonstra a primeira característica necessária à verdadeira felicidade: a pobreza. Um outro modo de dizer seria: “felizes são os mendigos”! Em qual sentido? Isso não diz respeito à pobreza financeira, pois até o rei Davi disse que era pobre e necessitado, mesmo tendo muitas riquezas como rei (Sl 40.17). Na verdade, Jesus se referiu à pobreza espiritual, por isso pobres de espírito. Os pobres de espírito são os que verdadeiramente reconhecem que não têm nada a oferecer a Deus (assim como um mendigo não tem nada a oferecer a ninguém) e que dependem totalmente do que recebem das mãos dele (assim como um mendigo depende de outros).

Você é pobre de espírito? Como saber? Por meio das atitudes que você tem demonstrado diante de Deus e em relação às outras pessoas. Em Lucas 18:8-14 vemos a parábola do fariseu e publicano. O fariseu demonstra ao orar que não precisa de Deus, enquanto despreza o próximo. O publicano demonstra que depende totalmente de Deus e não despreza o próximo. Quem é pobre de espírito na parábola? Vemos na postura diante de Deus e das pessoas que é o publicano.

Apesar de muitos nascerem pobres “de berço”, ninguém nasce pobre de espírito! Somente quando se conhece o amor de Deus demonstrado em Jesus, e se depende totalmente da misericórdia de Deus, é que alguém é feito pobre de espírito! A consequência é que se passa a ser verdadeiramente filho de Deus e passa a pertencer ao reino de Deus. O que é mais do que suficiente para se dizer, com toda sinceridade, “sou pobre, por isso sou feliz”!

Rev. Timóteo Klein Cardoso