Saia do saleiro!

“Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o sabor, para que servirá? É possível torna-lo salgado outra vez? Será jogado fora e pisado pelos que passam, pois já não serve para nada”. (Mateus 5.13 – NVT)

Possivelmente você já ouviu alguém dizer que outra pessoa é um “doce”, no sentido de ser agradável, amável e cativante. Essa expressão, quando usada dessa maneira, certamente é recebida como um elogio. Afinal, são poucos os que não gostam de doces! Mas e se alguém dissesse que o outro é salgado, como isso soaria?

Jesus disse que seus discípulos são o sal da terra. Se o sal fosse entendido meramente como o oposto de doce, talvez trouxesse uma conotação negativa para alguns, mas não é o caso. Na verdade, Jesus estava dizendo que os seus discípulos, por terem um caráter cristão revelado nas bem-aventuranças, devem fazer grande diferença no mundo, assim como o sal faz sobre a terra. Isso significa que assim como o sal preserva o alimento do apodrecimento, os discípulos de Jesus são responsáveis por preservarem o mundo da podridão espiritual e moral. Em outras palavras, se os cristãos não fizerem a diferença, o mundo será muito, muito pior de se viver!

Ser sal da terra significa fazer diferença no mundo, por meio da influência do modo cristão de se viver. Quem é discípulo de Jesus não deve se isolar do mundo e viver um cristianismo somente dentro da igreja. Cabe a todo cristão viver diante de Deus e das pessoas diferente dos demais, sem se contaminar, pois isso seria perder o sabor e tornar-se inútil.

Como você tem influenciado as pessoas e o mundo ao seu redor? Se você é discípulo de Jesus, é sal da terra! Portanto, saia do saleiro e faça a diferença!

Rev. Timóteo Klein Cardoso

As bem-aventuranças

Leia Mateus 5.1-12

[Para concluir essa série sobre as bem-aventuranças,] precisamos começar com três negativas. Primeiro, Jesus não está encorajando-nos a ser seletivos, por exemplo, chamando alguns para serem humildes e outros para serem misericordiosos. Todas as oito bem-aventuranças, assim como [cada um dos nove aspectos do fruto] do Espírito, devem caracterizar os seguidores de Cristo. Segundo, Jesus não está prescrevendo uma fórmula para a saúde mental. Na verdade, makarios (“abençoado”) pode significar “feliz”, mas Jesus não está fazendo um juízo subjetivo (aquilo que sentimos), mas objetivo (aquilo que Deus pensa). Terceiro, Jesus não está pregando salvação através de boas obras, mas ensinando como aqueles que já renasceram pelo Espírito se comportarão.

Os pobres em espírito são aqueles que reconhecem que estão espiritualmente falidos. Sua fala é: “Nada em minha mão eu trago, simplesmente à tua cruz me agarro”. Os que se encontram de luto vão além. Não é a perda de um ente querido que eles choram, mas a perda de sua integridade e do respeito próprio. Eles são consolados pelo perdão de Deus. Os humildes (assim sugere o contexto) aceitam que os outros os enxerguem de acordo com o que declaram ser. O estágio seguinte é que eles se achem famintos e sedentos por justiça. Um apetite espiritual aguçado marca o povo de Deus.

Se as quatro primeiras bem-aventuranças dizem respeito ao nosso relacionamento com Deus, as outras quatro se referem à nossa relação com as pessoas. Uma vez que Deus é um Deus misericordioso, seu povo deve ser assim também. Devemos amar e servir qualquer um que esteja necessitado, como [nos ensina a parábola do] bom samaritano. As próximas pessoas a serem abençoadas são as puras de coração, ou seja, as coerentes, firmes, transparentes. Os cristãos também devem ser pacificadores. Eles então serão chamados filhos de Deus, já que seu Pai é o supremo pacificador que pagou, através da morte de seu Filho, um alto preço para ter paz conosco (Cl 1.20). A oitava bem-aventurança pronuncia uma bênção sobre aqueles que são perseguidos por causa da justiça. A perseguição a cristãos está aumentando em várias culturas hoje. Trata-se de um aspecto de nosso chamado cristão, como Jesus ensinou, e nos coloca em uma nobre sucessão, uma vez que os profetas foram perseguidos antes de nós.

Desse modo, a contracultura de Jesus Cristo está em oposição às culturas do mundo, pois Jesus parabeniza aqueles que o mundo considera pobres coitados, e chama os rejeitados do mundo de abençoados.

John Stott

Alegria na perseguição

“Felizes os perseguidos por causa da justiça, pois o reino dos céus lhes pertence”. (Mateus 5.10 – NVT)

Normalmente, a expectativa pela felicidade ideal envolve a ausência de problemas, a inexistência de perturbação e a extinção de injustiças. Já pensou como seria a vida assim? Afinal de contas, parece ser impossível ser feliz em meio a essas dificuldades. Contudo, de acordo com Jesus, a verdadeira felicidade tem como consequência perseguição! O que isso significa?

Jesus não está falando de qualquer tipo de perseguição, mas dos que são perseguidos por causa da justiça. Isso significa que todos os que buscam a Deus e o priorizam em suas vidas, evidenciando isso no modo de pensar e de agir, serão perseguidos. Na Bíblia encontramos muitos exemplos de pessoas que foram perseguidas por causa da justiça. Pense nas histórias de Abel, José, Davi, Daniel e Paulo. Todos foram perseguidos apenas por amarem a Deus e por procurarem fazer a sua vontade.

Viver de maneira justa certamente provocará inimizades, perseguições e dificuldades, porque quem quer viver para agradar a Deus será perseguido (2Tm 3.12). Pode parecer desanimador, mas vale a pena ser perseguido por causa da justiça! Jesus disse que quem sofre por ser justo deve se alegrar (Mt 5.11-12), pois isso é uma prova de que se tem o caráter de Cristo e que é filho de Deus. Além disso, nenhum tipo de sofrimento ou perseguição pode ser comparado à glória futura (Rm 8.18).

Rev. Timóteo Klein Cardoso

Promovendo a paz

“Felizes os que promovem a paz, pois serão chamados filhos de Deus”. (Mateus 5.9 – NVT)

Você deseja viver em paz? Dificilmente alguém responderia a essa questão de maneira negativa. A verdade é que todos querem ter paz: consigo mesmo e com os outros, para aproveitar a vida tranquilamente em todo o tempo! Contudo, quanto você tem experimentado da verdadeira paz ?

A verdadeira paz com Deus, com o próximo e com todas as coisas criadas foi perdida no instante que o pecado entrou no mundo. Desde a queda, o ser humano tornou-se inimigo de Deus e o amor a Deus e ao próximo deram lugar ao egoísmo. Guerras, discórdias e contendas tornaram-se comuns desde então. Dessa maneira, será mesmo possível viver em paz?

Onde não há paz, aqueles que Deus preparou para fomentarem a paz são imprescindíveis. Os pacificadores esforçam-se para promover a paz onde há inimizade e separação: com Deus e com o próximo, na evangelização de quem não conhece a Deus e na reconciliação entre pessoas com relacionamento quebrado.

A verdade é que somente quem tem paz com Deus pode ter paz com o próximo. Que sejamos verdadeiramente pacificadores, como filhos amados pelo Pai Celestial: que têm paz com Deus por meio de Cristo; que têm paz com o próximo por amor a Cristo; e que promovem a paz assim como Cristo!

Rev. Timóteo Klein Cardoso

 

 

 

Como ver a Deus?

“Felizes os que têm coração puro, pois verão a Deus”. (Mateus 5.8 – NVT)

Essas poucas palavras de Jesus podem ser consideradas uma das mais importantes declarações da Bíblia! Isso porque essa declaração demonstra o que é necessário para que alguém possa ver a Deus: ter um coração puro!

O que isso significa? Quando se fala sobre pureza, o mais natural é se pensar na aparência exterior de algo, como um objeto sujo ou empoeirado. Tratando-se de pessoas, alguém normalmente é considerado puro pelo que aparenta ser exteriormente, levando em conta o que faz. Essa é a nossa tendência: olhar a aparência, nos preocupando com o que pensam sobre nós, o que muito nos influencia no que fazemos.

Jesus sempre enfatizou o caráter, não a aparência; mais o interior do que o exterior (Lc 11.37-44). Enfatizar a aparência é o caminho para o legalismo, enquanto o foco da vida cristã é o caráter cristão.

Os que têm coração puro não se preocupam com o que aparentam ser, e sim com o que Deus sabe que eles são! Por causa do pecado, ninguém é puro de coração por natureza. Somos todos impuros! A única esperança para termos um coração puro é se Deus nos tornar puros, purificando-nos por meio da salvação em Cristo e lavando-nos pelo Espírito Santo. Quem conhece ao Senhor Jesus e se parece com ele, certamente verá a Deus!

Rev. Timóteo Klein Cardoso