A importância da ressurreição
A ressurreição de Cristo é o coroamento de seu ministério terre no. Ela é repleta de significado para o ministério de Cristo e, consequentemente, para a vida da Igreja, que é seu Corpo. Sem a ressurreição a obra de Cristo seria nula, a Igreja não existiria, não haveria salvação, estaríamos todos perdidos para sempre! “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos…” (1Co 15.20); esta é a fé da Igreja; é nossa certeza. Por isso, algumas implicações doutrinárias e práticas.
A certeza da ressurreição de Cristo está alicerçada em seu coração? (Rm 10.9-10). “Declaramos positivamente que ninguém tem feito nenhum progresso na escola de Cristo, a menos que espere rejubilante o dia de sua morte e ressurreição final” (Calvino).
A ressurreição de Cristo é o selo que garante nossa salvação e ressurreição para a vida eterna (At 26.23; 1Co 15.20, 23).
O Cristianismo é uma religião de ressurreição; a ressurreição é o ponto de convergência de nossa fé; negar a veracidade histórica da ressurreição de Cristo significa tirar toda a razão de ser histórica e transcendente do Cristianismo. Sem a ressurreição de Cristo é vã nossa fé, vã nossa pregação, vã nossa esperança, vã nossa vida… A ressurreição de Cristo dá sentido à nossa vida e morte, fé e esperança (1Co 15.12-16, 32). A conclusão da argumentação de Paulo é: “Se Jesus não ressuscitou, os crentes não têm esperança da ressurreição e podem apelar para as filosofias hedonistas da vida” (Habermas).
A ressurreição de Cristo indica de forma definitiva sua filiação divina (Rm 1.4).
“A fé dos cristãos não é louvável porque eles creem no Cristo que morreu, mas no Cristo que ressuscitou. Pois também o pagão acredita que ele morreu e te acusa como de um crime teres acreditado num morto. Que tens, portanto, de louvável? Teres acreditado que Cristo ressuscitou e esperar que hás de ressuscitar por Cristo. Nisto consiste uma fé louvável. ‘Se confessares com tua boca que Jesus é Senhor e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo’ (Rm 10.9). Esta é a fé dos cristãos”(Agostinho).
A certeza da presença do Cristo vivo em nosso meio deve ser um estímulo a uma vida consagrada a Deus (Rm 6.8-7.6).
“Sem a ressurreição não podemos consolar-nos de nenhuma maneira; todos os argumentos possíveis serão insuficientes para alegrar-nos” (Calvino).
– Hermisten Maia Pereira da Costa, Eu Creio (Adaptado)
Nada era dele
Disse um poeta um dia,
fazendo referência ao Mestre amado:
“O berço que Ele usou na estrebaria,
por acaso era dele?
– Era emprestado!
E o manso jumentinho,
em que, em Jerusalém, chegou montado
e palmas recebeu pelo caminho,
por acaso era dele?
– Era emprestado!
E o pão – o suave pão
que foi por seu amor multiplicado,
alimentando toda a multidão -,
por acaso era dele?
– Era emprestado!
E os peixes que comeu junto ao lago
e ficou alimentado,
esse prato era seu?
– Era emprestado!
E o famoso barquinho?
aquele barco em ficou sentado,
mostrando à multidão qual o caminho,
por acaso era dele?
– Era emprestado!
E o quarto em que ceou
ao lado dos discípulos, ao lado
de Judas, que o traiu, de Pedro, que o negou,
por acaso era dele?
– Era emprestado!
E o berço tumular,
que, depois do Calvário, foi usado
e de onde havia de ressuscitar,
o túmulo era dele?
– Era emprestado!
Enfim, NADA era dele!
Mas a coroa que ele usou na cruz
e a cruz que carregou e onde morreu,
essas eram, de fato, de Jesus!”
Isso disse um poeta, certo dia,
numa hora de busca da verdade;
mas não aceito essa filosofia
que contraria a própria realidade…
O berço, o jumentinho e o suave pão,
os peixes, o barquinho, o quarto e a sepultura,
eram dele a partir da criação,
“Ele os criou” – assim diz a Escritura…
Mas a cruz que ele usou
– a rude cruz, a cruz negra e mesquinha
onde meus crimes todos expiou,
essa não era Sua,
ESSA CRUZ ERA MINHA!
– Gióia Júnior, baseado em Stanley Jones
Dízimo hoje
Há muitas pessoas que creem que o dízimo não é mais um encargo sobre os crentes porque é um mandamento do Antigo Testamento que não está especificamente repetido no Novo Testamento.
Embora isso fosse parte da lei do pacto de Israel no Antigo Testamento, não creio que tudo que Deus exige de seu povo no Antigo Testamento esteja cancelado se o Novo Testamento silencia a respeito. Se o dízimo foi cancelado deveríamos ter um ensino explícito no Novo Testamento afirmando que o dízimo não está mais em vigor. O dízimo era responsabilidade central na economia da velha aliança, e teria sido transportado, principalmente porque a comunidade da nova aliança foi estabelecida principalmente entre judeus, que continuariam a praticá-lo, a não ser que lhes dissessem que o dizimo não era mais necessário. Na ausência de uma palavra de repúdio, o dízimo continua válido hoje.
Quando Jesus estava na terra, e a nova aliança ainda não tinha sido estabelecida, ele abençoou os fariseus por seus dízimos. Eles dizimavam a hortelã e o cominho, o que significa que eles dizimavam até as menores coisas. A maioria dos dízimos no Antigo Testamento era paga com bens da agricultura ou do rebanho – era uma sociedade agrária. Mas os fariseus eram tão escrupulosos a respeito de dar os dez por cento a Deus que, se plantavam um pouco de salsa no quintal, eles dizimavam isso também. É como achar dez centavos no chão e fazer questão de entregar um centavo a Deus. Jesus disse que esses homens eram tão escrupulosos que pagavam até o último centavo, e Jesus os elogiou nisso (Lc 11.42).
Quando o Novo Testamento se refere a dar, fala em dar com abundância e gratidão no seu coração. Sempre que as duas alianças ou pactos são comparados (particularmente em Hebreus), somos ensinados que o Novo Testamento é uma aliança muito mais rica. Os benefícios que recebemos como cristãos, excedem em muito os benefícios que o povo da velha aliança gozava. Mas também segue-se que as responsabilidades do povo do Novo Testamento também excedem as responsabilidades do povo do Antigo Testamento. Nós estamos numa situação melhor. Eu diria que o dizimo não é um alto padrão fundamental para o super-cristão, mas é o alicerce. É o ponto de partida para uma pessoa que está em Cristo e que compreende alguma coisa dos benefícios que recebe de Deus.
– R. C. Sproul, Boa pergunta (adaptado)
O pecado e a disciplina na igreja
Na história de Ananias e Safira houve severidade extrema do juízo de Deus? Há pelo menos duas valiosas lições a aprender.
Em primeiro lugar, sobre a gravidade do pecado. Pedro enfatizou isso ao repetir que a mentira não foi dirigida primeiramente a ele, mas ao Espírito Santo. E Deus odeia a hipocrisia. Lucas relatou as denúncias de Jesus contra ela, e sobre a blasfêmia contra o Espírito Santo ser imperdoável (Lc 12:10). Mas Ananias e Safira também pecaram contra a igreja. A falsidade acaba com a comunhão. Se a hipocrisia de Ananias e Safira não tivesse sido exposta e castigada publicamente, o ideal cristão de uma comunhão aberta não teria sido preservado, e a afirmação atual: “existem tantos hipócritas dentro da igreja” teria sido ouvida desde o início.
Em segundo lugar, aprendemos sobre a necessidade da disciplina na igreja. A igreja tem oscilado entre a severidade (disciplinando por ofensas triviais) e a permissividade (não aplicando a disciplina, mesmo em ofensas sérias). Uma boa regra é tratar secretamente os pecados secretos, particularmente os pecados particulares, e publicamente os pecados públicos. As igrejas também são sábias quando seguem os estágios ensinados por Jesus. Normalmente, o culpado se arrepende antes que do último estágio da excomunhão. Mas quando uma pessoa não se arrepende de ofensas sérias e que se tomaram um escândalo público, o caso deve ser julgado. Por isso, é coerente que a participação na ceia do Senhor seja condicionada. Pois, embora a mesa do Senhor esteja aberta aos pecadores (quem, a não ser eles, precisa ou deseja participar dela?), ela só está aberta para os pecadores arrependidos.
Se a primeira tática do diabo era destruir a igreja através da violência externa, a segunda é destruí-la através da falsidade interna. Ele não desistiu de tentar, seja pela hipocrisia dos que confessam, mas não praticam, ou pela dureza dos corações daqueles que pecam, mas não se arrependem. A igreja precisa permanecer vigilante!
– John Stott, A Mensagem de Atos (adaptado)
O que você espera da Igreja?
Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno anda! (At 3.6)
Vocês estão procurando a Igreja pelo motivo certo? Que é que vocês esperam da Igreja neste conturbado estado em que se encontra o mundo? O que a Igreja pode fazer? Pedro diz: “Não tenha prata nem ouro; mas” – graças a Deus por este bendito mas – “o que tenho isso te dou”. Essa é a comissão da Igreja: “O que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”.
A Igreja não existe para falar de política, para tocar música, para fazer dissertações filosóficas, para produzir arte, ou para prover melhoramento social ou tratamento psicológico. Será que vocês vão à igreja simplesmente para terem alívio temporário, para esquecerem dos seus problemas e sentirem-se mais felizes por alguns momentos? Deus tenha misericórdia de vocês, se é isso que fazem! Não, o dever da Igreja é dar o devido tratamento ao real problema dos homens e das mulheres; não dar esmola e sim oferecer cura para a paralisia.
A Igreja é perita em alma e o problema do ser humano é o pecado! Essa é a mensagem única e singular da Igreja, e é isso que a diferencia de todas as outras instituições.
A Igreja existe para dizer o que é necessário para que o ser humano seja redimido e posto em comunhão com Deus; como você pode ser posto firme sobre os seus pés, como a paralisia pode ser curada. A Igreja não dá esmola, mas sim cura – cura radical e completa!
– Martyn Lloyd-Jones, Cristianismo Autêntico (adaptado)